ATENÇÃO: Spoilers de Jurassic World: Domínio a seguir!
Chris Pratt deixou os fãs da franquia Jurassic em polvorosa no começo de maio, quando disse ao Today Show que Jurassic World: Domínio daria um fim definitivo à saga que começou em 1993. O ator foi assertivo: “São 30 anos de produção, é o sexto filme de Jurassic Park, é o fim desta franquia. Eu realmente acho que é o fim”.
Mas o intérprete de Owen Grady na saga estava certo, no fim das contas? O Omelete já viu Domínio, e traz o veredito: podia muito bem ser o fim, mas duvidamos muito que seja. O terceiro longa de Jurassic World fecha vários arcos de personagem, tanto aqueles apresentados no primeiro filme do novo ciclo, de 2015, quanto aqueles que conhecemos desde o primeiro Jurassic Park, de 1993.
Por exemplo: Owen e Claire (Bryce Dallas Howard) terminam Domínio bem encaminhados para o seu “felizes para sempre”, formando uma unidade familiar sólida junto com a jovem Maisie (Isabella Sermon), que aprende a respeitá-los como figuras paternas no decorrer do filme. Enquanto isso, Ellie Sattler (Laura Dern) e Alan Grant (Sam Neill) finalmente reúnem coragem para confessar seus sentimentos um pelo outro, e para largar suas vidas solitárias a fim de ficarem juntos.
Até o coadjuvante-legado do filme, o Dr. Henry Wu (BD Wong), ganha um fechamento de arco interessante, tentando se redimir dos seus atos inescrupulosos em nome da ciência ao resolver o problema dos gafanhotos geneticamente modificados que dá o pontapé inicial na trama. O vilanesco Lewis Dodgson (Campbell Scott) sofre uma morte humilhante; a aventureira Kayla Watts (DeWanda Wise) ganha um avião novo; o Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) tem um momento para demonstrar sua coragem e lealdade aos amigos após se aliar inicialmente ao antagonista… Enfim, tudo parece bem resolvido com os personagens.
A questão dos dinossauros soltos no mundo humano, enquanto isso, ganha uma conclusão mais vaga. No finalzinho do filme, após escapar do caos no santuário da BioSyn, onde os dinos apreendidos pelo governo estavam mantidos, os doutores Sattler e Grant vão ao Congresso americano para testemunhar a favor de uma solução melhor para a convivência entre humanos e lagartos pré-históricos. Qual é exatamente essa solução? Ótima pergunta.
Jurassic World: Domínio termina com uma narração genérica sobre como o mundo precisa se adaptar à nova realidade e encontrar formas de integrar os dinossauros ao dia a dia. Enquanto isso, vemos animais contemporâneos dividindo espaço com espécies pré-históricas: elefantes com triceratops, baleias com um liopleurodon, e por aí vai. Tudo muito bonito e pacífico, mas também muito vago – propositalmente ou não.
A verdade é que o ano é 2022, e é mais do que abundantemente claro que Hollywood não deixa mais suas franquias lucrativas morrerem. Os dois filmes anteriores de Jurassic World fizeram, juntos, quase US$ 3 bilhões nas bilheterias mundiais, e tudo indica que Domínio vai ser um sucesso igualmente estrondoso. Pode ser que os trilhos para o futuro de Jurassic ainda não estejam tão certos, mas é razoavelmente seguro apostar que Rexy e cia. vão voltar às telas algum dia.
Um indício de como isso pode acontecer está em uma fala do diretor Colin Trevorrow para a Variety. Em matéria sobre as personagens femininas de Jurassic, ele caracterizou a Kayla de DeWanda Wise como “potencialmente definidora para o futuro da franquia” – e, de fato, Domínio nos introduz muitos elementos intrigantes sobre a personagem sem aprofundá-los ou desenhar um arco muito claro para ela. As motivações de Kayla para ir na missão perigosa em que embarca com Owen e Claire, por exemplo, são difusas, e uma foto de família colada no painel de seu avião dá a entender que há um passado a se explorar.
Se isso vai acontecer no cinema ou na TV, em um filme solo de Kayla ou em uma continuação direta da história que contamos até agora (Jurassic Park, World e… Universe?), só o tempo irá dizer. Mas, parafraseando o Dr. Malcolm, uma das franquias mais lucrativas e importantes de Hollywood com certeza vai encontrar um meio.
Fonte: Omelete.