De qual lado dos versos de “Eduardo e Mônica”, música da Legião Urbana de 1986: “quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração” ou “quem um dia irá dizer que não existe razão”? Entre os protagonistas do filme que deu vida à canção, Gabriel Leone e Alice Braga, cada um está de um lado, como tinha que ser. Ela questiona se existe razão; já ele, o contrário. Veja a entrevista completa na reportagem acima.
Os atores contaram em detalhes como começaram a se entrosar para viver um dos casais mais folclóricos da música brasileira. Eles se inspiraram na própria canção, de Renato Russo, para conversar muito mesmo e tentar se conhecer.
Gabriel: “Nosso encontro foi super especial, como é no filme também. O encontro de duas pessoas que se amam, que se admiram, que se respeitam. Tinha o desafio, tinha a responsabilidade de finalmente fazer esse personagem. Ao mesmo tempo, foi um processo maravilhoso.”
Alice: “Quando me convidaram para fazer esse projeto, a primeira sensação foi de honra, de animação por poder dar vida a uma coisa que é tão parte da nossa cultura, da nossa música brasileira.”
A música conta a história de amor entre dois jovens diferentes, que se identificam por se completar. A letra reflete o cenário visual e social de Brasília na década de 1980, e este ambiente também serviu de inspiração para o diretor, René Sampaio, que também dirigiu outro filme do universo legionário urbano, Faroeste Caboclo, de 2013.
“Tem muito da minha história pessoal, também, de ser de Brasília. Em 1986, eu estava lá. Eu era um pouco mais novo do que o Eduardo, então acho que a gente fez um mix muito interessante, que traz muito a época, o contexto social e político. O Brasil saindo da ditadura, entrando na democracia. Como essa discussão é pertinente hoje, também entrou para o filme, assim como as liberdades individuais.”
— René Sampaio, diretor de “Eduardo e Mônica”
O filme foi gravado em 2018, ano de eleições presidenciais, mas teve a estreia adiada por causa da pandemia e, finalmente, tem data para ser exibido nas telonas: 20 de janeiro de 2022, em novo ano de eleições.
Para Alice Braga, o filme mostra que as pessoas podem lutar por suas convicções com amor.
“Eu realmente espero que as pessoas se inspirem no amor. A gente tá vivendo, no mundo e no Brasil, muito ódio, muita divisão, agressividade, celebração à morte. E eu acho que a gente tem que lutar com amor. e realmente espero que o filme tragam essa mensagem, de respeitar as diferenças, crescer, se inspirar no amor. E eu acho que essa é uma mensagem tão bonita que o filme traz.”
— Alice Braga
Fonte: G1.